4 - É casado? Qual o nome de sua esposa?
R: Sou
casado com Fabiana Irene Semeoni.
5 - Tem filhos? quais os nomes e idades deles?
R:
Tenho dois filhos: Carlos Augusto Semeoni Berkenbrock com 07
anos (21/09/2003) e Arthur Henrique Semeoni Berkenbrock, 04
anos (Hoje). (31/12/2006).
6 - Fale de seus pais.
R:
Meus pais são agricultores, hoje aposentados, moram numa
pequena comunidade do município de Rio do Oeste, muitos
simples e religiosos, não tive a oportunidade de conviver mais
do que a minha adolescência com eles, pois com 14 anos sai de
casa para estudar ingressando no seminário e de lá com 19 anos
sai já para morar e fazer faculdade em Rio do Sul.
7
- Ingressou no seminário com a intenção de ser padre?
R: Na
época sim, tinha a intenção de ser padre, fiquei no seminário
dos 14/15 aos 19/20 anos. Com o passar do tempo percebi que
minha vocação não era tão forte assim e acabei desistindo da
idéia.
8 - Como
conciliar arbitragem, trabalho e família?
R:
Hoje é um pouco complicado para eu conciliar tudo, família,
trabalho e a arbitragem, porém estou conseguindo. Graças a
Deus tenho uma esposa que me compreende e me apóia, me da o
suporte com os filhos, cuida da casa com muito amor e carinho.
No escritório também tive a sorte de ter sócios competentes e
compreensivos, e com a ajuda dos funcionários os processos
estão sendo bem conduzidos. No ano de 2010 foram 50 partidas
em todas as competições profissionais que participei, então
fica um pouco complicado para conciliar tudo.
9 -
Jogou futebol profissional ou amador?
R:
Joguei só amador, como comentei antes fui seminarista e lá
tínhamos futebol todos os dias e muitos jogos nas comunidades
que visitávamos. Quando sai do seminário joguei em dois times
amadores de Rio do Oeste, porém não por muito tempo porque já
no primeiro ano fora entrei para a arbitragem e acabei parando
de jogar, por coincidência o primeiro torneio da Liga
Riosulense que eu jogaria foi no que estreei como Assistente.
10 - Tem
algum familiar no meio esportivo?
R:
Atualmente não tenho nenhum familiar no meio esportivo, meu
avô jogou futebol e chegou a ser sondado pelo Grêmio de Porto
Alegre quando novo, porém o pai dele não o deixou seguir a
carreira que na época não era lucrativa, ai quando ele chegou
a Rio do Oeste ele fundou um time amador que tem até hoje
chamado Haiti Futebol Clube, meu pai e tios também jogaram
nesse time, e eu também defendi em alguns torneios, hoje meu
avô da ou empresta o nome ao estádio desse clube.
11 - Em que ano e onde se formou árbitro?
R: Eu
comecei na arbitragem em 1992 na Liga Riosulense de Futebol,
porém fiz meu curso em 1995 quando ingressei na Federação
Catarinense de Futebol, o curso naquele ano foi realizado na
cidade de Indaial-SC pela Federação Catarinense.
12 - Qual foi a primeira partida como árbitro?
R: A
primeira partida como árbitro foi como Assistente pela Liga
Riosulense de Futebol entre as equipes do Avaí FC (Lontras) X
Ouro Verde FC (Rio do Sul), arbitrada pelo já Falecido
Sebastião Garcia, que foi quem me levou a primeira reunião da
Liga e me encaminhou para ser árbitro.
13 - Quando estreou na Serie A catarinense e na Serie A do
brasileiro?
R:
Entrei na Federação Catarinense no ano de 1995, mas estreei na
Serie A do Catarinense em 1997, como árbitro no jogo Atlético
Alto Vale x Avaí. NA Serie A do Brasileiro estreei em 1997 no
jogo de abertura da Serie A daquele ano entre Grêmio X São
Paulo no Olímpico em Porto Alegre, no dia 05/071997.
 |
Atuando na partida
Flamengo e São Paulo no Maracanã em 2010 |
14 - Qual é a sua relação com o Sindicato dos Árbitros de
Santa Catarina?
R: A
minha relação com o Sinafesc é muito boa, tenho uma relação
muito bom, clara e aberta com o presidente e demais membros da
diretoria, sempre que posso dou minha opinião e sugestões e
apoio quando necessário. Tenho liberdade para criticar e
elogiar.
15 - Na sua opinião o sindicato da o apoio necessário aos
árbitros do estado?
R:
Dentro das limitações o sindicado atende muito bem as
necessidades dos árbitros de Santa Catarina, tenho certeza que
se não fosse essas limitações, financeiras, distancias entre
outras atenderia muito melhor, a diretoria faz milagres com o
que tem na mão isso é louvável e digno de elogios pelos
árbitros de Santa Catarina. Aqui ainda cabe lembrar o apoio
que o sindicato da aos árbitros que vem de outros estados
trabalhar em SC, eu que vou em muitos estados trabalhar ouço
elogios ao apoio dado pelo Sinafesc aos que aqui vêem.
16 - Como é a preparação da arbitragem catarinense se
comparada com a dos maiores estados do Brasil?
R: A
preparação da arbitragem de Santa Catarina esta no nível de
outros estados do Brasil, claro que comparando com os estados
que tem a mesma estrutura, não podemos comparar com os estados
que tem uma estrutura muito maior como no caso de São Paulo e
Rio, como também nos clubes, mas dentro do contexto Santa
Catarina sai na frente de muitos estado do Brasil, sendo um
dos poucos que tem escola de arbitragem, bem montada, bem
conduzida e formando anualmente árbitros novos.
17 - O que espera da Anaf sendo que o novo presidente é aqui
do nosso estado?
R:
Espero da Anaf o trabalho que todos os árbitros do Brasil
esperam, que seja feito algo pelo árbitro, já que vimos uma
desastrosa administração anterior, mas tenho certeza que será
uma grande administração a do Marco, assim como fez a frente
do nosso sindicato, fará a frente da ANAF.
18 - Em Santa Catarina não temos um árbitro Fifa, isso
prejudica a sua carreira a nível nacional?
R:
Não acredito que a falta de árbitro Fifa em Santa Catarina
prejudique a minha carreira, pelo menos na gestão do
Presidente Sérgio Corrêa não esta acontecendo, pois tenho
trabalhado normalmente com outros árbitros Fifa e Aspirantes,
contudo seria excelente para a Arbitragem Catarinense como um
todo a vinda de um escudo Fifa pra cá. Temos o Célio como
Aspirante e esperamos que ele possa angariar esse escudo.
19 - Quais prêmios de melhor assistente de campeonato já
ganhou?
R: Do
campeonato catarinense nos últimos três anos, ganhei por duas
vezes como melhor e uma vez como segundo melhor, no Brasileiro
já fui eleito por sites especializados em arbitragem
(www.apitonacional.com.br) como melhor do Brasileiro em 2009.
20 - Você
trabalhou este ano na partida em que o Vitória foi rebaixado
para a segunda divisão, houve muita pressão em cima da
arbitragem nessa partida?
R:
Essa partida foi a mais difícil que fiz das 23 da Serie A
deste ano, pelo clima, pela responsabilidade e acho que 99%
dos árbitros do Brasil torciam para não estar nesse jogo.
Pressão externa não houve em nenhum momento, houveram as
instruções normais que o jogo exigia, porém ouve a nossa
pressão a nossa cobrança, a pessoal, num jogo onde não
podíamos errar nem lateral e foi o que aconteceu, com a Graça
de Deus, acertamos em todos os lances e saímos do jogo sem
contestação, sem reclamação, mesmo o time mandante tendo sido
rebaixado.
21 - Qual é o estádio mais difícil de se apitar uma partida de
futebol no Brasil?
R:
Hoje em dia com o Estatuto do Torcedor melhorou muito para a
equipe de arbitragem nos estádios do Brasil, houveram
melhoras, não se tem mais o arremesso de objetos em campo,
isso melhorou muito, em estádios que a torcida ficava muito
próxima e arremessando objetos houve uma considerável
melhora, posso citar o Alfredo Jaconi, a Vila Belmiro, o Nabi
Abichedi dentre outros.
22 - Você já passou algum sufoco para sair de algum estádio?
R:
Já, já passei sim, "árbitro que nunca saiu de camburão nunca
apitou futebol", diz o ditado. A situação mais difícil que
passei foi no estádio do Juventude, no jogo Juventude x
Paraná, pela Serie A, quando os dois lutavam contra o
rebaixamento e o jogo acabou empatado, de lá só saímos de
camburão e pelos fundos do estádio.
23 - Você trabalhou em 23 partidas da serie A e 3 da serie B
do campeonato brasileiro deste ano, faça um balanço dessas
partidas.
R:
Esse ano foi um ano bom, com três exceções na serie A,
houveram três erros em três partidas nesse ano, na partida
Palmeiras x Grêmio, Santos x Corinthians e Internacional x
Santos, nas demais, inclusive na serie B, forma muito boas sem
erros determinantes.
24 - Qual foi o seu jogo mais importante?
R: O
Jogo mais importante foi a Final do Campeonato Brasileiro de
2009, entre Flamengo x Grêmio no Maracanã, lotado, mais de 80
mil pessoas, e o Flamengo ficou campeão.
25 - E o jogo à ser esquecido?
R:
Sem duvida nenhuma Palmeiras x Flamengo em 2002.
26 - Porque?
R:
Esse
jogo é para ser esquecido pois ambos os assistentes, do qual
um era eu, erramos, e em lances capitais, influenciando no
resultado. O jogo deveria terminar 2 x 0 para o Flamengo e
acabou em 1 x 1. Dei um gol do Palmeiras onde o jogador estava
em posição de impedimento e o outro assistente anulou um gol
legal do Flamengo. Fomos punidos, sendo a 20 rodada do
Brasileiro, restavam ainda 4, eu já havia bandeirado 17
partidas com aquela, fiquei fora ate o ano seguinte. Pior que
o árbitro tinha feito um jogo excelente e acabamos
prejudicando o trabalho dele, isso nos doeu mais do que a
própria punição.
27 - Por pertencer a Fifa e com méritos, você se tornou a
maior estrela da arbitragem catarinense. Traçou este plano no
inicio da carreira ou aconteceu naturalmente?
R: NA
arbitragem você sempre tem que ter objetivos, sonhos e correr
atrás deles, pois se você nada almeja não vai chegar a lugar
algum. Quando comecei na arbitragem meu objetivo erra chegar
na Federação catarinense, da federação a CBF veio meio de
supetão sem esperar a época, procurei me firmar e consegui. A
Fifa eu persegui desde 2002, quando fiz meu primeiro teste,
chegando em 2009, pensava em chegar a Fifa e com isso planejei
minha vida, inclusive me mudando de Rio do Sul para Itapema
para tornar mais fácil a logística de deslocamento aos
aeroportos.
 |
No Olímpico na
partida Grêmio x Fluminense ao lado de Conca, Wilton
Pereira Sampaio, Fabrício Neves Corrêa, Adilson e
Marrubson Melo Freitas |
28 - O que acha dos testes físicos padrão FIFA?
R: Os
testes padrão Fifa são mais fáceis que os anteriores, qualquer
árbitro treinando faz com facilidade esse teste.
29 - Alguma vez já foi reprovado em um teste físico?
R:
Não, nunca fui reprovado em teste físico, e Graças a Deus
nunca tive lesão também
30
- O que pensa sobre o uso da tecnologia?
R: Acho que o uso da tecnologia deve ser visto com
cuidado e implantado gradativamente para não tirar o espírito
esportivo do futebol para não tornar uma coisa mecânica,
tirando o brilho, a discussão a emoção que move o futebol.
31 -
Hoje está mais difícil para o assistente com câmeras
exclusivas para eles e tantas outras espalhadas nos estádios?
R: Esta sim, muito mais difícil, porém por outro lado
esta mais fácil para nós assistentes provarmos que estamos
certos, pois quando não tinham as câmeras os assistentes não
conseguiam sair dos estádios se anulassem um gol num lance
duvidoso, hoje não, se errou vai ter dificuldade, porém se
acertou em poucos minutos todos estão sabendo que o assistente
estava certo e as reclamações terminam, só para ilustrar fiz
um jogo ano passado no campeonato Brasileiro onde tínhamos no
campo de jogo 42 câmeras.
32 - Este
ano, o gaúcho Carlos Simon teve o final de carreira dos sonhos
de qualquer árbitro apitando na Copa do Mundo e os principais
jogos do país incluindo a final. A sua aposentadoria esta
distante, mas se você pudesse montar um cenário perfeito para
a sua última partida como e onde seria?
R: Se pudesse montar, seria uma final de campeonato,
não sei, uma partida da Copa de 2014, Olimpíada de 2016, ainda
não pensei nisso, deixa chegar mais perto, (hehehe).
33 - Quem é o árbitro modelo para você?
R: Em atividade hoje gosto muito dos dois Brasilienses,
Sandro Meira Ricci e Wilton Sampaio, além do Heber Roberto
Lopes e o Wilson Seneme, acho os melhores em atividade. Dos
que já pararam, tenho o Márcio Rezende de Freitas como
referencia, trabalhei muito com ele, ele ficou 5 anos aqui em
Santa Catarina. Dos assistentes hoje procuro me espelhar no
Roberto Braatz e no Altemir Hausman, em atividade, dos que já
pararam, cito como referencia Alcides Zavaski Pazeto, o melhor
com quem trabalhei, o recente aposentado Ednilson Corona, e
mais o Milton Otaviano e o Jorge Paulo de Oliveira Gomes.
34 - Você foi convocado para trabalhar no inicio de 2011
no torneio Sul-americano Sub-20 no Peru. Essa convocação o
coloca na briga pela copa de 2014?
R: Acredito que essa convocação é um dos passos a ser
dado em direção a 2014. O caminho até a copa de 14 é longo e
só com um trabalho bem feito e etapas cumpridas posso chegar
lá, considero esse torneio como o primeiro grande passo, a
grande oportunidade para mostrar capacidade e um bom trabalho
para entrar definitivamente na Briga por uma das vagas para
2014.
35 - Que dicas você dá para quem esta começando?
R: Alguns árbitros que estão começando já conversam
comigo, seja via e-mail, msn ou telefone e sempre digo as
mesmas coisas, sempre deixo como dica a eles, trabalhem,
trabalhem sempre, cada dia mais duro, treinem muito e tenham
paciência, façam um jogo após o outro, sem querem fazer a
final antes do jogo de abertura do campeonato. Trilhem suas
carreiras em formas sólidas, pois dessa maneira os problemas
encontrados na carreira serão facilmente ultrapassados. Temos
muitos exemplos de carreiras meteóricas que o árbitro chegou
em poucos dias a elite e no mesmo tempo caiu no esquecimento,
arbitragem é como em qualquer outra profissão, você tem que
firmar seu nome, colocar uma boa base para conseguir levar a
carreira ate o final com competência e seriedade. Sejam
persistentes, sérios, compreensivos, competentes e fortes pois
só assim chegaram ao topo.